22/01/2008

RECEITA DO AMOR


Imagino que alguém já tenha escrito.
Imagino também que já tenham sido escritas várias
e várias receitas para o amor.
A meu ver cada uma delas é única.
Não há uma receita que sirva para todos,
pois o paladar e a forma de fazer a massa crescer
é diferente de pessoa para pessoa.
Entretanto, os ingredientes são básicos.
Vamos ver:
Uma pitada de ansiedade.
Acrescente dois dedinhos de lágrimas,
que tanto podem ser de alegria como de tristeza.
Junte a isto duas colheres de sopa de paixão.
Acrescente, também, uma colher das de sopa de açúcar
(pode ser mascavo para não engordar,
cristalizado para dar uns toques brilhantes
ou refinado para ficar tudo bem doce e melado).
Não esqueça que para contrabalançar
deve colocar duas pitadinhas de sal,
que é para que não fique insosso.
Encha um caldeirão com muito,
mas muito tesão e coloque todos os ingredientes juntos.
Enquanto mexe a mistura,
que pode ser em fogo brando para demorar a cozinhar,
ou em fogo alto que é para os corações incendiar,
ponha uma música daquelas que se ouve a meia-luz,
encha um cálice com um pouco de vinho
e abra um livro de poesias do Vinícius e repita…
“posto que é chama, e que seja infinito enquanto dure”.
Servir a gosto
e de preferência lambendo os beiços.
(Jorge Alberto)

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