OUTONO DE MIM
É outono,
e o ar morno da noite
em um convite solitário,
leva-me de encontro à tua doce lembrança.
É outono,
e posso ver as estrelas que no céu,
brincam de se esconder, entre as nuvens no firmamento,
alimentando se do luar, enquanto eu,
estrela apagada, em confinamento, fico a te esperar.
É outono,
e sou levada pela magia do momento
a recordar nosso ninho,
nossos desejos,
nossa trilha de carinho,
permitindo que ainda sinta
teus lábios percorrendo,
os caminhos mais desertos em mim,
o lado mais íntimo de meu silêncio,
na mais doce magia de um beijo devastando todo meu ser.
Suas mãos em meus seios, permitiam ao meu corpo,
o despertar dos arrepios,
emoções, calafrios,
no auge do meu prazer,
ao sentir teus braços apertando-me contra teu peito
de onde jamais desejei sair.
É outono,
e as estrelas choram comigo
a lembrança triste de sua partida
pois sei, não mais voltará.
É outono,
e eu te recordo
nessa noite de calma vazia
na qual só me resta sonhar.
Nádya Haua