A paz interior
A paz interior é esse caminho que queremos todos atravessar.
É essa senda onde as culpas ficaram para trás,
o sentimento de dever cumprido fica presente e o arco-íris aponta para o infinito.
Buscamos todos, com vontade, força, verdadeira luta.
Somos, talvez, um pouco desajeitados nessa nossa busca.
Queremos sim, com a força do nosso coração e da nossa alma,
mas tropeçamos sempre nesses sentimentos humanos
que nos fazem, se não iguais a todo mundo,
bem parecidos.
Acumulamos os restos do dia, nos esquecemos de varrer a casa
da alma a cada noite para o repouso tranqüilo e reparador para
o novo recomeço na manhã seguinte.
Temos dificuldade em perdoar, esquecer, passar por cima
e ir em frente. E a alma se inquieta, a paz tarda a chegar
porque colocamos, nós mesmos, impedimentos.
Achamos que dar o braço a torcer e seguir em frente
seria nos curvar e somos por demais orgulhosos para isso. Optamos,
então, por buscar a paz de outras maneiras. Outras maneiras...
como se existissem...
Não haverá paz no mundo enquanto ela não começar no coração
do homem. Enquanto esse mesmo homem não começar a tirar de
si as pedrinhas que incomodam a si e aos outros e não pensar
na felicidade alheia como um objetivo tão importante como a felicidade própria.
Não haverá paz interior enquanto o exterior estiver em guerra,
enquanto não compreendermos que somos o sal da terra
e que se nossa luz não brilhar todos os caminhos serão escuros.
A paz interior não está no alto ou em baixo,
nos mares ou nas montanhas e nem mesmo nas maravilhosas
flores que tanto nos fascinam.
A paz interior começa onde começa nossa compreensão de que
nada somos se de nós não damos. Se não a encontramos,
é porque buscamos errado. Ela não começa do lado de fora,
ela começa e se termina em nós.
Letícia Thompson